terça-feira, 5 de maio de 2009

Trem da vida

NO FIM DO TÚNEL

Violência. Desrespeito. Agressão.
No Rio de Janeiro, passageiros de trem são vítimas da barbárie.
Seguranças dão pontapés. Murros. Chicotadas.
O clima estava tenso na estação. Muita gente disposta ao quebra-quebra.
Rojões e armas leves estavam nas mãos de alguns usuários do serviço.
--Bateu, levou.
Quem dizia isso era o Salviano.
Rapaz do morro. Consciente de seus direitos e de sua dignidade.
O segurança Brandão tinha pouca paciência com esse tipo de conversa.
--Couro no lombo desses baderneiros. E é pra já.
O enfrentamento ia acontecer. Mas naquele momento fez-se um estranho silêncio na estação. Um homem alto apareceu lentamente. No fim do túnel.
Roupa branca. Barba espessa. No pescoço, o nó de uma grossa corda.
--Tiradentes? Será possível?
--Mais vidas eu tivesse... mais vidas eu daria....
Brandão largou o chicotinho. Salviano cantou o hino nacional.
E soltou o rojão em homenagem aos mártires do povo.
Um trem de subúrbio é como corda de enforcado. O aperto não traz bons resultados.

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