terça-feira, 23 de março de 2010

"'Big Brother' não é cultura, é um jogo cruel", diz Boninho



A décima edição do "Big Brother Brasil" chega à reta final com recordes de votação e "merchandising" e mais interativo do que nunca.

"O 'BBB' não é cultura. É um jogo cruel", diz o diretor de núcleo do programa, José Bonifácio de Oliveira, o Boninho, em entrevista exclusiva à coluna Outro Canal.

Leia a íntegra da entrevista a seguir.

FOLHA - O que mais marcou o "BBB" nessas dez edições?
BONINHO - A coisa mais marcante do programa é o Pedro Bial, que vamos repetir sempre. Foi a melhor surpresa que tivemos. No começo, era ele e a Marisa [Orth]. O próprio Pedro descobriu algo diferente no programa. Um cara com a história dele como jornalista encarar isso com leveza, seriedade e bom humor, é raro.

FOLHA - Que fórmulas bem sucedidas são mantidas a cada edição?
BONINHO - Em conteúdo, quase nada. Todo mundo fala que há o pessoal que aprendeu, e há mesmo. Fazemos reality há doze anos. A televisão brasileira é muito poderosa, a penetração da TV na população é muito forte, então, há uma geração que já nasceu assistindo a esse programa e se preparando para participar dele. Da mesma forma que esses caras se preparam para participar, a gente aprende a surpreendê-los. De um programa para outro, percebemos que eles estão mais espertos e, então, nos preparamos para ficar mais espertos ainda. É meio que um jogo de gato e rato o tempo todo. Na realidade, em cada um há um pouquinho de tudo o que a gente já usou, mas sempre há uma virada nova. É uma preocupação muito grande ter novidades. Algumas coisas que fazem sucesso a gente mantém, como os desenhos de Maurício Ricardo, as historinhas, a forma como a gente apresenta os participantes. O que é bacana no "BBB" é que, quando se junta dez, 12 pessoas, conta-se sempre uma história diferente. Não adianta. A química do grupo é fundamental.

FOLHA - E o que a 'química' da homossexualidade traz para o jogo?
BONINHO - Isso não entra no jogo, mas, sim, na composição que a gente quer montar. Quem vou colocar no jogo para surpreender quem está dentro e quem está fora? Não colocamos ninguém no "BBB" para discutir homo ou heterofobia, minorias... Não escolhemos um personagem representando coisas. O fato de ser ou não homossexual não é para interagir no jogo. Não estou preocupado se o cara é gay ou não. Ele não vai entrar por ser gay, mas pelo que traz para a competição. Foi o que aconteceu com Jean [Wyllys, vencedor da quinta edição]. Ele não entrou por ser gay, entrou por ser inteligente. "Big Brother" não é cultura, não é um programa que propõe debates. É um jogo cruel, em que o público decide quem sai. Ele dá o poder de o cara que está em casa ir matando pessoas, cortando cabeças. Não é um jogo de quem ganha. Para o cara de casa, é um jogo de quem você elimina. Só no último programa é que é feita a pergunta: "Quem merece ganhar?".

FOLHA - O que marca esta edição?
BONINHO
- É o "BBB" da porrada, do jogo. Não há um cara ali que esteja a passeio. Eles estão claramente jogando, disputando um prêmio de R$ 1,5 milhão. Isso é um pouco do que a gente tentou muito fazer. Nos dez programas, tínhamos a expectativa de ter um grupo que quisesse dar a cara a tapa para jogar. E essa galera toda dá. Não temos nem bons nem maus meninos, não há esses parâmetros no programa. Há o grupo que você ama ou odeia, mas não há um grande vilão ou um grande herói. No Twitter, torcem para todos. Toda vez que um deles é eliminado, uma das torcidas ameaça não assistir mais ao "BBB". Está claro que a gente tem uma torcida enorme para cada participante. Era isso [jogo o tempo todo] o que a gente queria fazer, e conseguimos. O "BBB" do Alemão [sétima edição] foi mocinho contra bandido. Era o Brasil contra o bandido. Quando, nas provas de resistência, a turminha do Alemão ganhava, era uma torcida só. Como na Copa do Mundo: Brasil contra todo mundo. Era um programa mais fácil de fazer. Se ele roubasse na prova, ninguém ia reclamar. Agora, temos milhões de fiscais.

FOLHA - Qual o papel da interatividade via Twitter nesse "BBB"?
BONINHO - Desde o terceiro "BBB", a gente passou a usar a internet como um meio de reconhecer o que o público olha, o que avalia do programa e mesmo como uma forma de a gente conseguir fazer a seleção. O "BBB" começa em agosto, com os participantes querendo entrar no programa. No de 2009, teve uma espécie de Orkut, mas eu não estou procurando agregar público com a internet. Ela é uma forma de falar do "BBB" em outros caminhos, é uma grande interatividade. O Twitter dá um poder para o cara de casa que ele sempre achou que tinha e, agora, está descobrindo que tem mesmo. A internet é para os tempos modernos o que eram, no passado, aquelas duas velhinhas que conversavam na janela sobre televisão. Os fatos que acontecem nesse tipo de programa precisam ter uma sobrevida, reverberar o tempo todo. O que faço é marketing do programa.

FOLHA - O que o programa tem de melhor e de pior?
BONINHO - Aqui não tem nem melhor nem pior. O que me incomoda é quando não conseguimos provocar esses caras e eles conseguem ficar "armados". Mas geralmente a gente consegue desmontá-los. O que a gente tem de lembrar é que o "Big Brother" é um jogo, vale uma grana. Você tem um melhor amigo na casa, mas ele é o seu maior inimigo. Ele está competindo com você. Só um dos dois vai ficar com o dinheiro. É muito cruel. A gente quer sempre provocar o pior neles, nunca o melhor. A gente não quer que todo mundo se abrace e diga que se ama. Isso, para mim, seria o pior. A tendência do jogo é fazer com que eles briguem, que lutem pelo dinheiro. Quando alguém é péssimo para o público, ele é maravilhoso para a gente. O "Big Brother", para a minha equipe de seleção, não é um jogo de experiência científica, é só um jogo. Não nos afeta, não nos chama a atenção a hora em que o cara fica acuado ou fica psicologicamente afetado por alguma coisa e pode virar um monstro. Não estamos preocupados com conceitos psicológico, mas, sim, com os relacionamentos e com a brincadeira que é proposta.

FOLHA - "Brothers" marcantes?
BONINHO - O que acontece é que eu vou deletando. Tem alguns de que eu gosto. O Dhomini [Ferreira, ganhador do terceiro programa] é um cara que jogou de forma muito bacana. A Sabrina [Sato, participante do "BBB3"] é uma figura ótima, que impulsionou. O Jean [Wyllys] foi muito inteligente quando descobriu que a casa inteira estava contra ele e usou essa bandeira até o final para ganhar. O Alemão, com o triângulo amoroso [formado com Fani Pacheco e Íris Stefanelli], foi superengraçado. A crise da Tina [Vanessa Cristina Soares Dias, do "BBB2"], a loucura dela batendo panela, foi genial. Só penso no sucesso do jogo. Tem alguns que me ligam, de quem sou amigo. Mas digo sempre: quando vejo um "big brother", atravesso a rua. Não é maldade. Mas é que não me apego. Eu os encaro como peças de um produto, de um jogo. Fico o tempo todo pensando em que provas posso fazer para incomodar alguém. Esse tipo de trabalho dá uma distância e eu acabo não torcendo para ninguém.

FOLHA - E como você cria essas provas?
BONINHO - Há dois tipos de provas. No primeiro, observo o grupo. Em conversas, eles acabam dando dicas do que pode incomodar. Pode ser uma besteira, como na semana passada, quando fiz a eleição do mais falso da casa. O segundo são as provas de resistência, que fazemos quando há uma certa tensão, uma divisão.

FOLHA - E a reta final do programa?
BONINHO - Até terça da semana que vem, teremos um paredão atrás do outro. A gente vinha trabalhando com paredões triplos, o que deixa a casa um pouco mais indecisa porque, quando se tem três pessoas para serem votadas, eles não conseguem avaliar o que foi determinante na escolha do público. Trouxemos do ano passado a experiência de não contar o percentual de votos para eles. Quando a gente falava, eles tinham uma referência do que as pessoas queriam aqui fora. Não contar funcionou à beça, eles ficaram perdidos. Eles não sabiam ainda, mas, desde sexta, a cada três dias sairia alguém. Essa eliminação é o mais cruel que existe, porque eles veem as pessoas indo e caem na real, podem ser os próximos. Acho que é o que vai pesar na reta final. Como esse é um time que discute, briga, fala as coisas na cara, a chance de pegar mais fogo ainda é enorme.

FOLHA - O que há reservado para o futuro do programa?
BONINHO - Temos quatro edições já fechadas e estamos negociando mais quatro. Mas isso só se confirmará em agosto.

FOLHA - E a 11ª edição?
BONINHO - Queremos dividir os participantes por regiões. Podemos ter pequenos "BBBs" em cada região e, depois, trazê-los para a casa nova. Seriam cinco casas com seis pessoas, de onde sairiam os finalistas. Entre o final de dezembro e o começo de janeiro, teríamos um micro-"Big Brother" para cada região.

FOLHA - O que tem a dizer sobre a suposta invasão do impostor do "Pânico na TV" (Rede TV!)?
BONINHO - Sou diretor do "BBB", de núcleo. A decisão de fazer alguma coisa foi da direção da TV Globo e do departamento jurídico. Eles estão partindo para um processo. Eu concordo com isso.

FOLHA - Tudo certo com Tessália?
BONINHO
- Mais ou menos. Pode ser até que ela não venha à final com todos os outros. Há uma grande chance de ela não vir. É uma decisão nossa, não tem nada a ver com a direção.

Imperatriz nos anos 60


Fotografia rara da rua XV de novembro, próximo a igreja de Santa Teresa D´ávila

segunda-feira, 22 de março de 2010

O homem e seu melhor amigo

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Indicação



O amor acaba?
Marcelo Paiva

O cara disse. Numa esquina, num domingo, depois do teatro e do silêncio, na insônia, nas sorveterias, como se lhe faltasse energia. Ele não volta? Não deixa rastro ou renasce? Na esquina em que se beijaram uma vez, lá está, na sombra apagada pela luz, na poeira suspensa, na revolta da memória inconformada. Na solidão, lá vem ele, volta, com lamento, um quase desespero, e penso nos planos perdidos, que vida sem sentido… Na insônia, o amor cai como uma tonelada de lápide, e se eu tivesse feito diferente, e se eu tivesse sido paciente, e se eu tivesse insistido, suportado, indicado, transformado, reagido, escutado, abraçado? Na sorveteria, ele volta, o amor, em lembranças. Porque aquele sabor era o preferido dela, aquela cobertura era a preferida dela, aquela sorveteria era a preferida dela, aquela esquina, aquele bairro, aquele clima, aquela lua, aquele mês, aquela temperatura, aquela raça de cachorro, aquele programa de fim de tarde e aquele horário sem planos… No elevador, quantas saudades daqueles segundos em silêncio, presos na caixa blindada, vigiados por câmeras camufladas, loucos para se agarrarem, rirem, apertarem todos os botões, tirarem a roupa, escreverem ao lado do Atlasado: “Eu te amo”. Saudades é amor. Não se tem saudades do que não se amou. O amor não acaba, porque tenho saudades, me lembro dela, me preocupo com ela, torço por ela, e se sonho com ela, meu dia está feito. O amor não pode acabar, porque sem ela ou sem a esperança de revê-la, até a chance de tê-la de volta, não vejo a paz. Ela é uma trégua na minha guerra pessoal contra a minha paixão por ela. Amá-la me faz bem. Mesmo que ela não me ame, amo amá-la. Continuei amando desde o dia em que terminou. Passei meses amando como se não tivesse acabado. Ficaria anos amando mesmo se não tivesse voltado. O amor não acaba, muda. O amor não será, é. O amor está. Foi. Nas tantas músicas que ouvimos, que dançamos colados, trilhas das noites frias em que você sentava em mim nua, enquanto os meus braços imobilizavam os seus. Amor. O não-amor é o vazio. O antiamor também é amor. Eu te amava quando você respirava no meu ouvido. Lembra do meu dedo dentro de você? Amo-te, amo-te, amo-te. Instante secreto, sua boca incha, seus olhos apertam, suas unhas me arranham e você diz: Eu te amo! O amor acabou quando você se foi? Você sentiu saudades das minhas paredes, das cores das minhas camisas, da umidade da minha boca, do cheirinho do meu travesseiro, da minha torrada com mel, das noites pelados assistindo à tevê, dos vinhos entornados no lençol, do café da manhã com jornal, você sentiu falta de atravessar a avenida comigo de mãos dadas, de correr da chuva, de eu te indicar um livro, do cinema gelado em que vimos o filme sem fim, torcendo para acabar logo e ficarmos a sós, você sentiu falta da minha risada, inconveniência, de eu ser seu amante, noivo, amigo e marido, dos meus olhos te espiando, dos meus dentes mordendo e mastigando, ficou tanto tempo longe e pensou em nós especialmente bêbada ou louca, queria me ligar, me escrever, meu cheiro aparecia de repente, meu vulto estava sempre ali, acaba? Diz que acaba. Como acaba? Não acaba. Diz, não acaba. Repete. Falei? Não acaba. Pode virar amor não correspondido. Pode ser amor com ódio, paixão com amor. Tem o amor e o nada. Ah, mais uma coisa. Antes que eu me esqueça. O amor

Zygmunt Bauman questiona

“Se hoje vivemos em redes virtuais, que aproximam e afastam as pessoas, somos capazes de manter laços fortes e relações verticais?”

Nietzsche

Nos últimos dias numa vila italiana, com o calor na pele, viu alegria no niilismo e esperança no desamparo:


“Cada passo mínimo dado no campo do pensamento livre, da vida moldada no seu formato pessoal, foi desde sempre conquistado com martírios espirituais ou corporais.”

domingo, 21 de março de 2010

Esses argentinos

Avisos paroquiais

Essa colaboração foi enviada pelo Renato Salani. São avisos fixados nas portas de igrejas - segundo ele, todos reais, escritos com muito boa vontade e má redação...

- Para todos os que tenham filhos e não sabem, temos na paróquia uma área especial para crianças.

- Quinta-feira que vem, às cinco da tarde, haverá uma reunião do grupo de mães. Todas as senhoras que desejem formar parte das mães, devem dirigir-se ao escritório do pároco.

- Na sexta-feira, às sete, os meninos do Oratório farão uma representação da obra Hamlet, de Shakespeare, no salão da igreja. Toda a comunidade está convidada para tomar parte nesta tragédia.

- Prezadas senhoras, não esqueçam a próxima venda para beneficência. É uma boa ocasião para se livrar das coisas inúteis que há na sua casa.. Tragam os seus maridos!

- Assunto da catequese de hoje: Jesus caminha sobre as águas. Assunto da catequese de amanhã: Em busca de Jesus.

- O coro dos maiores de sessenta anos vai ser suspenso durante o verão, com o agradecimento de toda a paróquia.

- O mês de novembro finalizará com uma missa cantada por todos os defuntos da paróquia.

- O torneio de basquete das paróquias vai continuar com o jogo da próxima quarta-feira. Venham nos aplaudir, vamos tentar derrotar o Cristo Rei!

- O preço do curso sobre Oração e Jejum não inclui a comida.

- Por favor, coloquem suas esmolas no envelope, junto com os defuntos que desejem que sejam lembrados.

A verdadeira face do poder



Diz que ao fazerem a foto oficial do presidente George W. Bush, ele perguntou ao fotógrafo:

- Que jeito você quer que eu fique?

Ao que o moço teria respondido:

- Faça uma expressão bem natural, presidente. Algo que mostre a sua verdadeira alma para a posteridade!

O que se viu a seguir foi um escândalo cuidadosamente guardado a sete chaves, mas que agora vaza para alguns segmentos mais apurados da imprensa investigativa, caso deste blog. O fotógrafo, dizem, afogou-se na própria urina e foi internado em estado de choque.

Responda rápido

- Coletivo de pessoas interessadas em defender interesses pessoais ou de grupos, patrocinar escândalos e virar as costas para a coletividade, com 17 letras.

Resposta: Congresso Nacional.

- Produção nacional que superestima os dotes e as virtudes dos homens da lei, quando na prática se sabe que muitas vezes mocinho e bandido são sócios na franquia do crime. Com 12 letras.

Resposta: Tropa de Elite.

- Herói nacional que gritou “Independência ou morte!”, não às margens plácidas do Ipiranga, mas nos morros do Rio de Janeiro. Com 17 letras.

Resposta: Capitão Nascimento.

- Exterminador do futuro dos políticos infiéis, embora ainda poupe presidente de partido vendilhão e alugador de sigla nanica. Com 25 letras.

Resposta: Tribunal Superior Eleitoral.

- Espécie de câncer social criado no governo do PSDB, com apoio do PFL, amaldiçoado à época pelo PT e que hoje o PT quer por toda lei prorrogar, tendo contra o PSDB e o DEM, ex-PFL. Com quatro letras.

Resposta: CPMF

Evitar

A origem das especies revisitada

DE QUE É FEITO BEBADO?

De várias doses de uísque, de muitas doses de cerveja, vinho, vodka, batidinha, cachaça, conhaque, vermute, álcool, querosene... Mas também de uma boa dose de ressaca, de palavras mal colocadas, de chatice, boca seca, tontura, galos na cabeça, esfoladas na canela e até de outras experiências mais doloridas e frustrantes, já que, como diz o vulgo, aquilo que é de bêbado não tem dono.

DE QUE É FEITO UMA MULHER VAIDOSA?

De dezenas de frascos de creme, de base, de pó, de ácido contra rugas, máscaras e outros 43 itens que, somados, compõem a linha facial. De lipos, massagens, plásticas, cremes, ácidos, loções, bronzeadores, extratos aromáticos, firmadores de seios e outros 67 itens que compõem a linha corporal. De xampus, cremes, loções, sprays, gel, tinturas, perucas e outros 56 itens que compõe a linha capilar. Tudo, claro, para garantir aquela beleza natural...

DE QUE É FEITO UM HOMEM ENDIVIDADO?

De um talão de cheque especial com juros pornográficos, de uma conta bancária multitributada, de um cartão de crédito endiabrado, capaz de cair sobre as economias com a fúria de uma nuvem de gafanhotos, uma ex-amante que só faz as pazes quando entra um dinheiro extra, credores mais irritados que os talibans diante de pôster do Bush e de dezenas premiadas da Mega Sena, só que uma em cada cartela. Homem endividado muitas vezes é uma pessoa sem cabeça, sem alma e sem coração, pois pertence tudo ao agiota.

DE QUE É FEITO UM POLITICO?

Pode-se dizer que, com as honrosas exceções de sempre, o político médio no Brasil é 50% mentira e 50% promessa. Detalhe: a maior parte das promessas é mentirosa, o que dificulta, no final das contas, diferenciar entre uma coisa e outra.