quarta-feira, 19 de maio de 2010

Morre Walter Rodrigues, o jornalista de maior credibilidade na Imprensa Maranhense

Nem bem nos refizemos da comoção pela passagem do GRANDE Jurivê Macedo, acordamos mais tristes, mais pobres, mais só com a triste notícia da morte de Walter Rodrigues.

Ele era um dos melhores (no sentido amplo da palavra) jornalistas brasileiros contemporâneos.

A mim não pareceu verdade. Não queria que fosse. Fui em vários sites pra me certificar de que não era uma grande brincadeira de mal gosto. Um trabalho de um hacker mal intencionado pago por algum dos muitos desafetos do excelente jornalista. Não era. Walter Rodrigues estava morto.

Walter tinha ainda muito a colaborar com o Maranhão

Ele era um gigante. Um ser humano extraordinário. Mas, acima de tudo, um talentosíssimo e comprometido jornalista. Jornalista como poucos. Raro mesmo.

Natural do Pará virou Paranhense, adotando o Maranhão como sua terra.

Ele tinha um olhar plural. Ia da ironia à compaixão. Do coloquial ao erudito, com uma facilidade enorme.

Defensor incansável dos direitos humanos. Olhar e interesse voltado para as causas dos mais simples, dos menos favorecidos, Walter tinha uma bagagem sobre fatos históricos daqui e de fora que muito me impressionava.

Walter tinha lado. Ao contrário de muitos, nunca teve dificuldades em assumir. Tinha simpatia escancarada pela esquerda, quando a esquerda era algo relevante.

Foi perseguido, traído, censurado, amado e odiado. Normal para um jornalista do seu quilate.

Muito figurão o respeitava e o temia, pois sabia do peso de sua pena. Quando o Walter escrevia sobre o assunto, era garantido o princípio básico do jornalismo: a outra parte seria ouvida. A tendência era a informação, o fato.

Apesar da distancia, Walter acompanhava com atenção a vida política e social da Imperosa, pois sabia da importância dos movimentos políticos por aqui. Tinha boas fontes na cidade. Reconhecia Imperatriz como uma cidade decisiva quando se tratava de política.

Só tive a oportunidade de encontrá-lo duas vezes na vida. Fomos apresentados pelo colega Josué Moura, em frente a Praça da Cultura, ele acompanharia algum evento na Academia Imperatrizense de Letras.

Educado, atencioso, solícito. Papeamos rapidamente e nos despedimos.

Numa outra vez o encontrei com o então Secretario de Comunicação de Imperatriz, Marcio Jerry, em frente à Secretaria de Saúde. Reconheceu-me, me cumprimentou e se foi. O achava uma simpatia, apesar de parecer meio sisudo, ranzinza, quando escrevia.

Passei a segui-lo via Colunão. Leitura obrigatória. Por diversas vezes comentei posts em seu blog. por vezes discordando de seu ponto de vista. O feedback com ele era garantido. Sempre de forma respeitosa, claro.

Agora só nos resta lamentar pelo súbito. Mas podemos também aproveitar para refletir sobre a importancia de se defender causas e não coisas como lembra sempre o jornalista Edmilson Sanches, nessa profissão especial que é o jornalismo, a comunicação. As coisas passam, As causas ficam. Está aí a história do Walter que não me deixa mentir.

Como bem escreveu Francisco Araújo em seu blog:

“Walter era autodidata em várias áreas. Deixa muitas histórias, amigos e inimigos... Viveu como achou que era melhor! Como ateu, deve estar tirando a ´prova dos nove` agora!”

Ou ainda como me escreveu-me o amigo Demerval Moreno, pelo MSN:

“Não é apenas uma voz que cala, uma máquina de escrever que silencia, uma pena que deixa de se expressar... É uma grande alma que deixa de se manifestar!

O jornalismo praticado por Walter Rodrigues deixa marcas positivas profundas.

Adeus, grande colega!!!

Vá em paz, Walter.

Nenhum comentário: