Eu que sempre postei imagens lindas, curiosas, interessantes aqui... que sempre celebrei a vida neste espaço, agora isso.
Como você pode perceber na imagem acima e nas várias imagens abaixo, o meu natal não foi dos melhores. Para falar a verdade foi péssimo, angustiante, triste!
Esse aí foi o resultado de um grave acidente ocorrido na noite do dia 24, por volta das 23 horas, na pista central em frente ao aeroporto de Imperatriz.
Íamos eu, minha mulher e mais um amigo para a ceia de natal na casa de amigos no início da Vilinha, próximo ao DNER. Estávamos a menos de 500 metros da entrada do bairro, ali bem próximo ao Posto Alvorada.
Conduzia o meu veículo, um Gol bola, guiando pela minha mão, em baixa velocidade, a menos de 50 KM/H, pois acabara de passar por um quebra molas.
Quando de repente, invadindo a preferencial em altíssima velocidade (creio que há mais de 100 por hora) vem ao meu encontro uma motocicleta e colide violentamente na frente do meu carro.
Gritei o mais alto que pude: - “Meu Deus!!!”.
Segurei instintivamente muito forte o volante e senti a barulhenta pancada da colisão. Pânico total.
Olhei para o lado e vi minha mulher em pânico, gritando e sem ar. Destravei o cinto de segurança dela e perguntei como ela estava. Não respondia, só chorava.
Desespero dentro do carro. Estávavamos atônitos. O que houve? O que foi isso?!?
Olhei para trás e vi o amigo Manoel tentando sair do carro e ao mesmo tempo buscando nos acalmar. Em vão. A tensão era muito grande.
Na frente do carro uma moto destruída, atrás um corpo estendido no chão, imóvel.
Manoel saiu pelo meu lado, foi na frente do veículo e pôs as mãos pro alto. Ajudou minha mulher a sair do carro e olhou para trás, e avistando o cara no chão, quietinho, me disse: "O cara tá morto, Jerry!"
Pensei: “Puta merda, porque isso está acontecendo comigo? Já quase passei por isso uma vez! E esse cara, será se morreu? De onde ele surgiu? Tá bêbado? Tava tentando se matar?”.
Tava. Tava Bêbado. Muito bêbado. Embriagado mesmo. Sem a menor condição de pilotar uma moto ou qualquer outro veículo automotor.
Começa a juntar gente com cara de estupefato.
Manoel vai até o rapaz e tenta retirar o capacete que parecia sufocá-lo. O pôs de lado para que ele não se sufocasse com o sangue que saia de sua boca. Ele gemia e dizia coisas descordenadas.
Alguém ligava para a polícia, para o SAMU, para não sei quem mais.
Incrédulo com tudo que via, só queria amparar minha mulher que ainda estava em estado de choque, e saber se o rapaz tinha chances de sobreviver àquele violento acidente.
Juntava mais gente fazendo perguntas e impressionadas com a violência daquele acidente e se perguntando se a ´vítima` teria saido viva.
Pelo que vimos e pudemos comprender depois, a moto que bateu, subiu e voou para trás pelo forte impacto com o carro. Ele voou de encontro ao parabrisas, batendo o joelho no mesmo e, em seguida batendo violentamente as costas, a região da bacia,acho, no teto do carro, para depois voar uns 7 a 10 metros para atrás do carro. Ficando lá estendido no chão.
Colado em mim, vinha uma VAN branca lotada de passageiros que parou a pouco mais de dois metros do corpo do rapaz. Por pouco não o atropelando. Se ele não bate em mim, provavelmente se chocaria com a VAN. E batendo na VAN, certamente não escaparia.
Mais gente liga para a polícia, para o SAMU. Alguém me perguntava se eu era o cara da rádio. Se o carro era meu. Respondia que sim, incrédulo, sem olhar na cara do interlocutor. Estava em estado de choque e só queria amparar minha mulher que ainda estava sem entender direito o que ocorrera.
O número de curiosos aumentava.
Chega o SAMU, a PRF, a Polícia Militar.
O SAMU fez os primeiros procedimentos e recolheu o rapaz para dentro da ambulância.
O agente da PRF me faz algumas perguntas, me pede a CNH, o pessoal da Militar também. Fizeram a praxe nesses casos, pediram que empurrássemos o carro até o posto, próximo ao acontecido e recambiaram a moto para o ICRIM.
Adeus ceia de natal. Adeus paz, tranqüilidade. Não dormi nos próximos 3 dias. Tenho dormido pouco nos dias que se seguiram.
Saimos do local rumo à casa do amigo que nos aguardava para a ceia de natal. Não consegui ficar mais de meia hora lá. Queria ir pra minha casa. Não conseguimos desligar do acontecido. Fomos pra casa. Passamos a noite em claro.
Fui ao Socorrão Municipal na manhã do dia seguinte ao ocorrido saber do estado de saúde do rapaz. Chama Giuseppe da Costa Ramos. Era ele o cara que “pilotava” a moto, 27 anos, casado, dois filhos, segundo informações colhidas com sua mãe no hospital, vinha, provavelmente do Conjunto Vitória, da casa de um primo e... completamente embriagado. Bebaço!
Fiquei sabendo também no hospital que ele não fora operado logo que chegou porque estava completamente alcoolizado, e nesses casos a anestesia não pega. Tiveram que aplicar glicose e esperar que o “porre” passasse para poder operar.
Fraturou a bacia, teve lesões no baço, na bexiga, escoriações e cortes por todo o corpo. Sua saúde ainda inspira cuidados, mas está fora do risco de morte. Ao menos dessa vez. Ainda bem. Menos mal.
O mesmo já operou e começa a longa batalha pela recuperação. Inclusive para saber se ainda vai ser possível voltar a andar. Lesão na bacia é sempre complicado.
Embora eu não seja culpado pelo acontecido - pois dirigia na minha mão, dentro da velocidade permitida, sem efeito de álcool - e reconhecendo que o rapaz foi extremamente irresponsável por guiar uma moto em alta velocidade e completamente embriagado, não quero que aconteça o pior pra ele. Porque pior do que o que aconteceu, só a morte.
Eu, minha mulher e meu amigo Manoel estamos bem. Saímos sem escoriações. Só os corpos doloridos pelo impacto brusco e violento da batida. Estamos com o nosso emocional bastante abalados também. O nosso e os das pessoas próximas a gente.
Giuseppe é um rapaz de muita sorte. Pois nesses casos, as autoridades disseram no local, quase nunca a vítima sobrevive.
Nós também temos muita sorte.
Por muito pouco ele não invade o parabrisa nos atingindo com o peso arremesado de seu corpo e os estilhaços, que certamente nos machucariam gravemente. Se tivesse acontecido, a história desse fatídico teria sido outra. E provavelmente este post não estaria sendo escrito. Mas Deus não quis assim. Amém por isso, pelo livramento.
O prejuízo material estamos resolvendo. O carro já está na oficina.
O transtorno foi grande, mas estamos buscando voltar a normalidade. Lutando para voltar a paz de espírito e a calma necessárias pra tocar o barco.
O emocional – sabemos - só o tempo para restabelece.
Não estamos bem, ainda. Mas, estamos melhores. Menos assustados.
Obrigado, Pai. Estou ligado nos teus sinais.
4 comentários:
Força Jerry!!! Deve ter sido barra, mas com certeza tudo acabou bem. Abração!
Jerry, ao ler esse post veio um filme recente na minha cabeça. Sei o que é passar por isso e retribuindo a mensagem que me mandaste na ocasião, te desejo força e graça por tudo ter saído bem pra você e família. Pena que o mesmo não aconteceu com o rapaz.
Desejo melhoras a ele.
O importante é que todos estão bem, e bola pra frente. Lembre-se que Deus te deu outra chance, aproveite-a!
Muita paz e luz para vcs.
Abção.
O importante é que todos estão bem! Bola pra frente! Lembre-se que Deus lhes deu uma nova chance, aproveitem!
Sorte, saúde e paz!
Abção!
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